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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Aquecimento Global III

Energia - A Era do Hidrogênio
Por Walder Antonio Teixeira
O Hidrogênio

Os países desenvolvidos se recusam a chamar o etanol de solução definitiva para os veículos. Por quê? Elas a chamam de mais uma “alternativa”. O que há por trás disso?

Existem duas razões principais:

1 – Não é para substituir o petróleo e sim dar uma sobrevida a ele. Grandes interesses econômicos estão por trás disso. Na época em que o Brasil tentou o programa do pró-álcool o petróleo ainda não estava em fase de extinção, por isso o programa foi sufocado. Agora “eles” já deixam o álcool entrar no sistema energético, mas não como de uma forma definitiva.

2 – A outra razão para o álcool ser apenas uma alternativa, é o fato de os países ricos não terem nenhuma intenção de depender energeticamente dos países do terceiro mundo. As regiões tropicais, onde se encontram os países mais pobres, são as que produzem o etanol mais barato devido ao clima mais quente.

Por esta segunda razão é que os países ricos estão investindo em pesquisas para produzir etanol a partir da celulose. O que tornaria mais barato a sua produção em climas temperados. E por esta razão, também, é que surgiu a mídia do hidrogênio, como possível substituto do petróleo.




A Era do Hidrogênio

Qual a vantagem do hidrogênio? O que há por trás do lobby do hidrogênio?

A grande vantagem do hidrogênio ante a solução do etanol no caso da substituição do combustível de veículos, é o fato de ele poder ser produzido em qualquer lugar que tenha eletricidade, ou seja, os países ricos podem produzi-lo em seu próprio território sem precisar depender da energia dos países pobres.

Dentro do planejamento estratégico dos países ricos o hidrogênio entra como solução de não dependência. Dentro das empresas do petróleo e das empresas de autopeças o hidrogênio entra como solução mais interessante do que veículos elétricos.

Os veículos elétricos possuem uma configuração muito simples e poderiam dar prejuízos as indústrias de autopeças. Eles também podem ser reabastecidos em tomadas não precisando de redes de distribuição, o que daria prejuízos as distribuidoras.

Assim, o hidrogênio assume um lugar importante tanto para os governos do primeiro mundo como para as corporações da área de energia. O hidrogênio pode usar os mesmos esquemas de distribuição da gasolina e do diesel, e também exige um motor bem mais complexo do que os motores dos veículos elétricos. Dentro de um veiculo a hidrogênio existe um depósito de hidrogênio, um motor elétrico e uma ou mais células de energia. Uma célula de energia mistura o oxigênio do ar com o hidrogênio do reservatório para produzir água. Neste processo eletroquímico ocorre a geração de eletricidade que por sua vez alimenta o motor elétrico.

O hidrogênio seria uma grande solução tanto para o aquecimento global quanto para a poluição nos grandes centros demográficos. O motor usa o hidrogênio e devolve para a atmosfera vapor de água. Eu digo seria uma grande solução se não fosse por um pequeno detalhe: Para produzir hidrogênio a partir da água gasta-se eletricidade. Imagine uma frota de 100 milhões de automóveis usando hidrogênio. De onde sairia tanta energia elétrica, se ela já está faltando em algumas partes do mundo?

A resposta à pergunta acima revela o que está por trás da mídia do hidrogênio. Seria preciso construir dezenas, talvez centenas, de usinas nucleares para dar conta da demanda.

Mais usinas nucleares no mundo? Acho que o etanol seria uma solução mais segura. O fato é que o aquecimento global, além de não ser solucionado, está sendo usado como desculpa para o lobby nuclear. Seria a era do hidrogênio a era nuclear? Teremos que falar, agora, um pouco de energia nuclear.

A energia nuclear está na mídia atualmente por não produzir gases de efeito estufa, portanto, não colabora para aumentar o aquecimento global. No entanto, a mídia esquece de falar sobre os seus problemas. Esses problemas estão relacionados a seguir:

1 – As usinas usam urânio que é um combustível mineral, portanto, uma fonte esgotável ou não renovável.

2 – As usinas têm um custo de construção tão alto quanto uma hidrelétrica.

3 – As usinas nucleares têm um custo de manutenção tão alto quanto uma termoelétrica. Já as hidrelétricas possuem custo de manutenção bem baixo.

4 – As usinas nucleares apresentarão um custo incomensurável quando alguém tentar se livrar dela (terão de ser vigiadas por séculos).

5 – Se houver algum acidente, tanto por falha humana ou de equipamento, elas podem causar grandes danos ao ambiente, como contaminação de alimentos, contaminação de terras agricultáveis, contaminação do ar, mortes, mutações, danos genéticos que podem ser transmitidos a outras gerações, etc.

Apesar de todos esses problemas parece que existem muitas pessoas dispostas a pagar o preço para continuar a obter seus grandes lucros.

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