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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Aquecimento Global I

Aquecimento Global e Energia
Walder Antonio Teixeira
- walder.t@pop.com.br

Introdução

Em todas as mídias podemos encontrar informações, pesquisas e discussões relacionadas ao aquecimento global. A polêmica sobre a sua existência ou não, não mais existe. O que existe, agora, é a discussão sobre o que fazer para amenizar os seus terríveis efeitos.

Em seu livro, e também no filme “Uma Verdade Inconveniente” Al Gore relata os efeitos atuais causados pelo aquecimento global e também faz previsões antecipando tragédias inevitáveis. Usa estatísticas, gráficos, animações e vários outros recursos para chamar a atenção de todos para este problema.

No final ele expõe uma lista de atitudes, as quais o ser humano poderia tomar para amenizar o problema e reduzir as emissões de carbono. Em sua ‘otimista’ apresentação sobre estas atitudes, ele deixa algumas lacunas que se forem mexidas poderiam fazer surgir uma série de questões, expondo tudo que há por trás do modelo energético de nossa civilização.

Quero ir além do que Al Gore diz em seu livro usando apenas a lógica e a analogia. Esquecendo os gráficos e os números, quero tentar desvendar o que se passa na mente coletiva das grandes corporações, das multinacionais da energia. Você, leitor, poderá ver as conclusões a que cheguei, poderá acreditar nelas ou não, mas com certeza, depois de ler, terá outra visão a respeito do mundo em que vive.

Recomendo, a todos que leiam o livro, ou assistam o filme “Uma Verdade Inconveniente” antes de ler ou criticar este manifesto.



Aquecimento Global: Como Tudo Começou


Combustíveis fósseis são assim chamados porque tem origem em fósseis de plantas e animais. O petróleo tem origem na fossilização de restos de plantas e animais marinhos que viveram a centenas de milhões de anos. Tais restos sob a influência de uma forte pressão produziram hidrocarbonetos. Já as jazidas de carvão formaram-se a partir de florestas fossilizadas de árvores que viveram no período chamado carbonífero entre 360 e 200 milhões de anos atrás. Há 2 bilhões de anos surgiu a vida marinha. Com o desenvolvimento da vida vegetal, começa-se o processo da fotossíntese, através do qual, usando a energia do sol, os vegetais retiram o carbono que precisam do CO2 do ar e devolvem oxigênio (O2). A Quantidade de oxigênio no ar naquela época era muito pequena e a quantidade de CO2 era alta. Com o passar das eras o carbono retirado do ar acumulou-se na forma de petróleo e carvão mineral. (combustíveis fósseis). A porcentagem de oxigênio aumentou e a de gás carbônico diminuiu, tornando possível a existência de animais maiores na superfície da terra.

O que nós estamos fazendo ao usar combustíveis fósseis é devolver ao ar o carbono que a natureza levou centenas de milhões de anos para retirar.

Dentro de menos de cem anos estaremos próximos do mesmo nível de CO2 no ar que havia no período jurássico (era dos grandes dinossauros), quando não havia gelo nos pólos e o clima era muito quente e úmido.

Nós não fazemos nenhuma idéia do tamanho de um furacão naquela época, nem das chuvas, nem das inundações e secas. Talvez o furacão Katrina seja um pequeno exemplo.


A Lacuna

Em seu livro “Uma Verdade Inconveniente”, Al Gore, cita algumas atitudes que se tomadas pelos governos e empresas, diminuiriam as emissões de gás carbônico na atmosfera. São atitudes como: melhorar a eficiência dos motores dos automóveis, incentivar o uso de transporte público, fazer um maior uso das energias renováveis, adicionar etanol a gasolina, colocar filtros de carbono em termelétricas, etc. Se todas estas atitudes forem tomadas ao mesmo tempo, poderíamos em poucos anos retornar ao nível de emissão de gás carbônico na atmosfera na mesma quantidade que emitíamos na década de 70 do século XX, ou seja, estaríamos jogando na atmosfera tanto CO2 quanto era emitido nessa época. O autor faz uma propaganda muito otimista caso venhamos a obter este resultado no futuro. A grande lacuna está aí: O que ele não diz é que o CO2 que já está alterando o clima, fazendo o efeito estufa, continuará na atmosfera, e ainda continuaríamos a emitir o CO2 em grande escala, mesmo sendo ao nível da década de 70.

Conclusão: O carbono que já foi emitido e está causando o problema climático continuará lá e se somará, inevitavelmente, a essas novas emissões sejam elas atuais, da década de 90, 80 ou 70. Mesmo que as emissões sejam menores, o problema continuaria a se agravar, apenas levaria mais tempo para o inevitável caos climático.

Outro problema que não é citado: “Ninguém fala de emissão zero de carbono”. Todos os governos e empresas discutem como diminuir as emissões de CO2 e metano, mas ninguém fala em modificação, ou substituição do modelo energético. Os prazos para iniciar o uso de novas energias em grande escala são feitos para datas que vão além da data de esgotamento do petróleo. Por que será?


continua...

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