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terça-feira, 14 de outubro de 2008

Aquecimento Global II

O Discurso Politicamente Correto dos Governos e das Corporações
Walder Antonio Teixeira

Há algum tempo está na moda o discurso politicamente correto. Dizer apenas o que os outros querem ouvir passou a ser uma prática elegante no mundo globalizado. Diz-se uma coisa, pensa-se outra coisa e pratica-se o pior de tudo. Invade-se um país dando a desculpa da falta de democracia para poder usar o seu petróleo. Estes são os novos tempos.

Os políticos, as empresas e outras instituições agem da mesma maneira. As Empresas de petróleo e até governos fazem uso do marketing para anunciar a adição de etanol a gasolina, vendem a idéia de que estão preocupados com a poluição e o aquecimento global, ao incentivarem o uso do biodiesel adicionado ao diesel, etc.

Um bom observador pode notar que ao mesmo tempo em que essas empresas e esses governos fazem a sua propaganda, eles também comemoram as descobertas de novas jazidas de gás, de petróleo ou de carvão. Por quê?

A resposta é simples, eles não estão preocupados com o aquecimento global, e sim em vender novos produtos, e que esses produtos, tais como o etanol, deverão cumprir o papel de prolongar a era do petróleo. Uma era que acabaria em trinta anos irá acabar em trinta e cinco. Mas uma coisa é certa, por mais etanol que se coloque na gasolina, nenhuma gota de petróleo deixará de ser explorada e vendida.

Eles chamam essas fontes fósseis de riqueza natural. “É nossa porque não vender, se outros estão vendendo”. Uma riqueza que aumenta a força tufões, furacões, ciclones, cria tornados onde antes não existia, eleva o nível do mar e deixa milhões de desabrigados. Em novembro de 2007 um tufão em Bangladesh deixou três milhões de desabrigados, o mesmo mês em que o Brasil dizia ter descoberto uma grande jazida de petróleo. Algumas ilhas do pacifico tiveram suas populações removidas por causa da elevação dos oceanos, fato descrito no livro de Al Gore. Dentro de alguns anos teremos milhões de refugiados climáticos.

Eu pelo menos, não consigo chamar isso de riqueza. A palavra riqueza é muito relativa, sustentamos as indústrias de todo mundo há décadas com nosso ferro e nosso alumínio e o povo brasileiro continua pobre. Exportamos grãos para todos os continentes, e o nosso povo continua com fome.

Algo está muito errado e ninguém quer mexer nas feridas. O certo é que terminaremos a era do petróleo com o mapa geográfico mundial totalmente diferente. Mas ainda há coisas escondidas que vão além do fim do petróleo.

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